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Dicas culturais

Musical A Cor Púrpura na Cidade das Artes

Vencedor dos Prêmios Pulitzer, Grammy, Tony e com 11 indicações ao Oscar, A COR PÚRPURA ganha versão musical inédita no Brasil, com direção de Tadeu Aguiar e versão brasileira de Artur Xexéo.

O musical estreou dia 6 de setembro na Cidade das Artes e recebi um convite delicioso para assistir. O espetáculo conta com 17 atores, 8 músicos, 90 figurinos, um palco giratório de 6 metros de diâmetro e uma escada curva com sistema de travelling em volta do cenário.

“A história é universal: fala do ser humano, em especial das mulheres. É imediata a identificação com o momento do país, onde há tantas histórias de opressão às mulheres. A COR PÚRPURA é um grande grito de liberdade”, detalha o diretor e idealizador Tadeu Aguiar, responsável pela encenação de “Bibi, uma vida em musical” e “Quase Normal”. Tadeu Aguiar prioriza a interpretação como força motriz da cena. “Reforcei o caráter epistolar do romance, valorizei o ponto de vista da protagonista, tendo a figura do ator como o principal instrumento condutor da história. A palavra é a grande força do espetáculo”, afirma o diretor. A COR PÚRPURA – O MUSICAL é apresentado pelo Ministério da Cidadania e pela Bradesco Seguros.

Alice Walker foi a primeira escritora negra a ganhar o Pulitzer pelo seu livro A COR. Continua contemporâneo ao retratar relações humanas, de amor, poder, ódio, em um mundo pontuado por estruturais diferenças econômicas, sociais, étnicas e de gênero. A COR PÚRPURA, lançado em 1982 – com direção de Steven Spielberg – a obra foi adaptada para o cinema em 85, recebendo 11 indicações ao Oscar. A transposição para musical aconteceu em 2005, na Broadway. Em 2016, houve uma nova montagem, rendendo à produção 2 Tony e o Grammy de melhor álbum de teatro musical.

Com a amiga querida @viagensdatatty

Escrito há mais de 35 anos, A COR PÚRPURA é um musical passado na primeira metade do século XX, ambientado na zona rural do Sul dos Estados Unidos, com personagens típicos dessa região. “Mantive até alguns nomes, que na tradução do romance, ganharam versões em português. Mister, por exemplo, continuou sendo Mister, embora no romance ele tenha se transformado em Sinhô. Mas, apesar de ser um musical de época, fala muito de questões atuais, como a participação da mulher na sociedade, o papel da mulher numa relação amorosa, o machismo, o racismo… Não foi preciso adaptação alguma para o musical interessar à plateia brasileira. Ele, naturalmente, fala a qualquer plateia do mundo de hoje”, esclarece Artur Xexéo, responsável pela versão brasileira do texto e letras de A COR PÚRURA – O MUSICAL.

A COR PÚRPURA, com um elenco em sua maioria escolhido por testes, apresenta a trajetória e luta de Celie (Letícia Soares) contra as adversidades impostas pela vida a uma mulher negra, na Geórgia, no decorrer da primeira metade do século XX. Na adolescência, a personagem tem dois filhos de seu suposto pai (Jorge Maya), que a oferece a um fazendeiro local para criar seus herdeiros (entre eles, Harpho – Alan Rocha), lavar, passar e trabalhar sem remuneração. Ela é tirada à força do convívio de sua irmã caçula Nettie (Ester Freitas) e passa a morar com o marido Mister (Sérgio Menezes). Enquanto Celie resigna-se ao sofrimento, Sofia (Lilian Valeska) e Shug (Flávia Santana) entram em cena, mostrando que há possibilidade de mudanças e trazendo novas perspectivas, esperança e até prazer. A saga de Celie é permeada por questões sociais de extrema relevância até os dias atuais como a desigualdade, abuso de poder, racismo, machismo, sexismo e a violência contra a mulher. Completam o elenco: Analu Pimenta – Squeak; Suzana Santana – Jarene; Erika Affonso – Doris; Cláudia Noemi – Darlene; Caio Giovani – Grady Ensemble; Leandro Vieira – Chefe da Tribo Olinka Ensemble; Gabriel Vicente – Bobby Ensemble; Thór Junior – Pastor Ensemble; Renato Caetano – Soldado Ensemble; Nadjane Pierre – Solista da Igreja Ensemble.

“Quando estava em pré-produção de Love Story, há 4 anos, um amigo me ligou e perguntou se tinha personagem para ator negro. Ator é ator, negro, branco, japonês, gordo… Encenei a peça somente com atores negros. Comprei os direitos de A COR PÚRPURA – O MUSICAL em 2018. Procurando, mais uma vez, algo que me provocasse como artista. Nos dias de hoje, acho importante falar sobre uma mulher que vence; amor; representatividade negra e feminina. A peça tem muito humor e é emotiva. Não é um texto triste. É um texto de emoção”, detalha Tadeu Aguiar, que já anuncia seu próximo espetáculo, “Os Rapazes da Banda”, que versa com o universo gay.

A direção musical de A COR PÚRPURA é de Tony Lucchesi. São 32 números musicais, contando com as vinhetas. “Tem uma parte do espetáculo que acontece na África. Para este momento, abri as vozes, trabalhei com polifonia, com outros sons, uma música por trás da cena”, revela Tony. No espetáculo, os atores precisam ter grande extensão vocal, dando conta de vários ritmos como jazz, blues, música africana e gospel. Logo na abertura da peça, há um número que lança mão de diversas sonoridades, representando o coro de uma igreja entrecruzado ao sermão do pastor. A orquestra é composta por 8 músicos que tocam piano-condutor, teclado, saxofone alto, clarinete, flauta, saxofone barítono, clarinete, clarinete baixo, saxofone tenor, trompete, fliscorne, violões, baixos, bateria e percussão.

Artur Xexéo, ao versar as canções, teve como principal intenção respeitar a métrica. “Às vezes, um verso original termina com uma vogal aberta e, para aproximar a versão de uma tradução literal, você termina com uma vogal fechada. Então, o melhor é se afastar da tradução literal e se aproximar do efeito sonoro. Há, na peça, todo o tipo de música negra americana: spirituals, blues, work songs, etc. Muito da ação é transmitida pela música. Então, a versão não pode tomar muitas liberdades. Tem que respeitar a intenção da letra original. Ao mesmo tempo, é uma música tão bonita que é um prazer participar dela”, afirma Xexéo.

Tanto no livro como no musical, as mudanças de vida da protagonista estão relacionadas ao ambiente no qual ela vive. Cenas no bar de Harpho e Sophia e nas casas do pai, marido e Shug provocam alterações no percurso de Celie. A cenógrafa Natália Lana criou uma casa giratória como elemento central, representando as diferentes facetas da trajetória da vida da personagem. Contornando a casa, uma espécie de escadaria construída ao longo do tempo e de forma não ortogonal, representando a diversidade de ambientes externos e de aprisionamento em certos pontos da história. A estrutura da casa foi baseada nas construções do sul dos Estados Unidos e teve como inspiração as shack, representando o tradicional porch, varanda onde se reúnem famílias americanas. “Para a criação do cenário, foi fundamental a leitura do livro, mergulhando fundo no estudo do texto, pensando em como poderíamos representar esta história que se passa em outro país, mas que ao mesmo tempo representa tanto da nossa história e da força destas mulheres negras que construíram o Brasil”, descreve a cenógrafa Natália Lana.

Um ateliê de costura foi montado ao lado da sala de ensaios na Cidade das Artes. São 90 figurinos, confeccionados com 350 metros de tecidos, passando por processos de tingimento artesanal e impressão em serigrafia. O figurino de A COR PÚRPURA retrata o tempo da costura feita em casa. “Na América, as colchas de retalhos produzidas desde a colonização, são influenciadas pela estética da África, onde o trabalho de costura de retalhos é prática centenária. Desta forma, o conjunto de figurinos do espetáculo formará um “quilt”, em tons envelhecidos, retratando a Geórgia da primeira metade do século passado. Na concepção do figurino é no trabalho de costura manual que Celie encontra refúgio na dura realidade de seu dia a dia. Neste panorama, a cantora de jazz Shug Avery é o manifesto de amor e liberdade de Celie e pontua sua trajetória com trajes de tons de cor púrpura saturados”, minucia o figurinista Ney Madeira. A iluminação do espetáculo é do Rogério Wiltgen e as coreografias de Sueli Guerra.

Informações

Data: 06 de setembro a 03 de novembro de 2019
Sexta: 20h30 às 23h
Sábado: 17h às 19h30 | 20h30 às 23h00
Domingo: 17h às 19h30
Local: Grande Sala da Cidade das Artes.
Endereço: Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Classificação: 12 anos.
Duração: 180 minutos.

Ingressos

Plateia 1
Inteira – R$ 200,00
Meia – R$ 100,00

Plateia 2
Inteira – R$ 150,00
Meia – R$ 90,00

Frisa Inteira – R$ 150,00
Meia – R$ 75,00

Galerias (baixa e alta)
Inteira – R$ 50,00
Meia – R$ 25,00

Camarote Inteira – R$ 50,00
Meia – R$ 25,00

Link para compra: http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/programacao/

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